sábado, 25 de fevereiro de 2012

CASSIANO E DIQUINHO

Joaquim das Graças Caetano, o Cassiano, nasceu em Cássia/MG, para os íntimos Zicão, representa o caboclo simples da roça, de mãos grossas e calejadas, que cultiva as raízes do sertão desde os 16 anos de idade onde já se inspirava ouvindo moda raiz. Sua voz grave e marcante dispensa comentários.   José Antônio de Oliveira, o Diquinho, foi nascido em Capitólio/MG e reside na cidade da Itaú de Minas/MG, e seguiu o caminho de seu pai Valdomiro, cantando desde os sete anos. Caminhoneiro na região, segue firme com a viola nas mãos defendendo as tradições caipiras com talento e muita simplicidade. É de admirar o seu jeito simples de tocar e acima de tudo, o respeito pela viola, que é um instrumento tão divino.
A dupla se conheceu num encontro de “Bola e Viola” em Cássia e desde então a primeira voz de Diquinho e a segunda de Cassiano vem trazendo alegria e aplausos por onde passam, pois seguem preservando as coisas simples da roça, encantando a todos os admiradores da verdadeira música raiz.  O repertório é repleto de canções inéditas exaltando sempre os temas da vida cabocla e de seus costumes. São mais que uma dupla de violeiros,são verdadeiramente dois irmãos!
A dupla mineira está junta há 12 anos e são fãs e fiéis seguidores dos saudosos Tião Carreiro e Pardinho representando o estilo raiz, o mais “pesado”, conservando sempre o violão e a viola no peito.
DOWNLOAD:

30 MODAS RAIZ CAIPIRA - ANOS 40


Este arquivo contém 30 (trinta) Músicas Sertanejas Raiz Caipira
em gravações originais da década dos anos 30/40/50.


DOWNLOAD:
http://www.4shared.com/rar/m03QhPHa/30_MODAS_CAIPIRA_ANOS_40.html

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A DANÇA DO(A) CATIRA


ORIGEM DA CATIRA
A catira ou cateretê é uma dança genuínamente brasileira.Ninguém sabe ao certo a verdadeira origem dessa dança, alguns acreditam que foi uma mistura de várias culturas como a africana,espanhola,índigena e portuguesa.Mas outras acreditam que foi uma forma encontrada pelos jesuítas para melhor introsamento com os índios.  A dança, é muito chamativa devido ao seu vigor e sincronicidade, compõe-se de palmateios e sapateios ritmados que os catireiros executam, em duas fileiras - uma em frente à outra, formando pares.


COREOGRAFIA:
Para começar o Catira, o violeiro puxa o rasqueado e os dançadores fazem a "escova", isto é, um rápido bate-pé, bate-mão e seis pulos. A seguir o violeiro canta parte da moda, ajudado pelo "segunda" e volta ao "rasqueado". Os dançadores entram no bate-pé, bate-mão e dão seis pulos. Prossegue depois o violeiro o canto da Moda, recitando mais uns versos, que são seguidos de bate-pé, bate-mão e seis pulos. Quando encerra a moda, os dançadores após o bate-pé- e bate-mão, realizam a figura que se denomina "Serra Acima", na qual rodam uns atrás dos outros, da esquerda para a direita, batendo os pés e depois as mãos. Feita a volta completa, os dançadores viram-se e se voltam para trás, realizando o que se denomina "Serra Abaixo", sempre a alternar o bate-pé e o bate-mão. Ao terminar o "Serra Abaixo" cada um deve estar no seu lugar, afim de executar novamente o bate-pé, o bate-mão e seis pulos". O Catira encerra-se com o Recortado, no qual as fileiras trocam de lugar e assim também os dançadores, até que o violeiro e seu "segunda" se colocam na extremidade oposta e depois voltam aos seus lugares. Durante o recortado, depois do "levante", no qual todos levantam a melodia, cantando em coro, os cantadores entoam quadrinhas em ritmo vivo. No final do Recortado, os dançadores executam novamente o bate-pé, o bate-mão e os seis pulos. (Obs: Essa é uma explicação de apaenas uma formo das muitas que existem de dançar a Catira!)
Foi uma dança muito usada pelos catequistas, muito conhecida e difundida entre os caipiras do estado de São Paulo. Nas zonas litorâneas ( desde Angra dos Reis até a baía de Paranaguá) era dançado usando-se tamancos de madeira. Já nas zonas pastoris (Barretos, Guaratinguetá, Itararé, sul de São Paulo e Minas, Norte do Paraná e Goiás) usavam-se grandes esporas chilenas para retinir melhor o som. Em muitos locais desses estados, a dança era executada com os pés descalços. O catireiro procura sempre "pisar as cordas da viola", termo que designa sincronia entre o toque do instrumento com o bater de pés e mãos.
Grupos de Catira
-O Grupo Tradição Goiana, através de uma dança folclórica um pouco esquecida no mundo moderno que é o catira, gostam do que fazem. Este grupo é formado por seis componentes, surgiu em 26 de abril de 2004, pela necessidade de manter a tradição dessa dança típica da nossa região.
-O Grupos Catira Brasil , durante muitos anos o grupo participou de inúmeras apresentações em caráter beneficente.
Até 1996 sua finalidade maior era preservar uma tradição familiar portanto, suas apresentações não seguiam um calendário artístico rigoroso.
De 1997 em diante, o Grupo passou atuar de forma profissional, levando até seu público, um trabalho de maior qualidade.


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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A GRANDE EVOLUÇÃO DA MÚSICA SERTANEJA


O som dos novos sertanejos, especialmente o sertanejo universitário, é um modismo ou veio pra ficar? O que de verdade mudou para que o sertanejo, independente de suas vertentes, se tornasse o boom da música popular brasileira?
E qual foi o grande motivo para os jovens de todos o Brasil aderir maciçamente o som dos astros sertanejos?
O fantástico universo da música sertaneja não é fantástico por acaso. Novas formas de cantar, de compor, de produção e de arranjos foram incorporadas e o resultado está ai. Grandes nomes sertanejos incorporaram aos arranjos de suas músicas muita percussão, guitarras distorcidas, um meio estilo do axé baiano, o suingue do forró do nordeste. A versatilidade da música sertaneja não tem limites.
O preconceito de antes deu vez para os jovens papo-cabeça invadirem este universo. O sertanejo não mudou, ele tão somente cresceu, ele tão somente evolui. Desde a forma de se vestir, de produzir espetáculos com muita pirotécnica, muitos efeitos especiais, ao grande estilo dos maiores eventos da música internacional. As inúmeras apresentações exclusivas em rodeios deram vez aos álbuns acústicos, antes exclusividade da MPB e do pop rock tupiniquim e até shows intimistas, que valorizam a voz e a capacidade interpretativa do artista.
A música sertaneja de hoje, inclusive a universitária, não é um modismo. A música sertaneja, desde as modas de viola e os sons caipiras, não só atravessou o tempo com grandeza, mas tem se firmado como a verdadeira música popular brasileira.

O SERTANEJO DA CIDADE GRANDE
Com melodia simples e melancólica, a música sertaneja antigamente era prestigiada mais pelas pessoas do interior. Porém, com o surgimento de novas duplas e a modificação do sertanejo para sertanejo universitário, a conquista por admiradores vem crescendo cada vez mais. Atualmente, as músicas tratam de temas que se aproximam da realidade dos jovens das grandes cidades, como festas, estudantes, mulheres e outros. As novas duplas também costumam gravar sucessos do passado, mas com novas características e adaptações para agradar o público atual.
Conhecido como música caipira, o sertanejo surgiu em 1910, quando Cornélio Pires resolveu trazer as músicas do interior para a cidade grande. Cornélio Pires era escritor e jornalista e, em 1912, lançou o livro “Musa Caipira”, com versos da época. O primeiro arquivo registrado de um conjunto que cantava música sertaneja também tem início com Cornélio; o grupo se chamava “A Turma Caipira de Cornélio Pires”, formada por violeiros muito conhecidos naquele tempo. Cornélio gravou seu primeiro álbum em 1929, sendo este o primeiro material fonográfico no estilo.
Na década de 1930 surge a dupla Alvarenga e Ranchinho, uma das mais importantes de todos os tempos. Muitas foram surgindo depois, cantando temas como a tristeza da vida no sertão do Brasil e outros similares. Em 1939, a dupla Raul Torres e Serrinha introduziu o violão na música sertaneja e criou o primeiro programa de rádio dedicado a esse estilo, transmitido pela Record, que se chamava “Três Batutas do Sertão”. Com isso, o movimento que se estabelecia apenas no eixo São Paulo-Minas Gerais se expandiu para outras regiões, como Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e outros.
A explosão da música sertaneja no país se deu na década de 1980, quando começou a comercialização em larga escala. Os novos artistas traziam uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da Jovem Guarda. Surgem nessa época Chitãozinho e Xororó (paranaenses radicados em São Paulo), Leandro e Leonardo (de Goiás) e Zezé di Camargo e Luciano (de Goiás).

AS DUPLAS PARANAENSES
No Paraná, não podemos deixar de falar de Nhô Belarmino (Salvador Graciano) e Nhá Gabriela (Júlia Alves Graciano). Com 15 anos de idade, em 1935, Nhô Belarmino se apresentava junto com a irmã, Nhá Quitéria (Pascoalina) em festividades da região de Rio Branco do Sul, sua cidade natal. A dupla se apresentou durante quatro anos. Com o casamento, Nhá Quitéria parou de fazer shows. Depois ele começou a se apresentar com sua esposa, a Nhá Gabriela. Uma das canções mais famosas que fizeram história por aqui é “As mocinhas da cidade”.
Outra dupla conhecida pelo Paraná é Leonel Rocha e Campos, que estão no cenário musical desde 1975. Leonel Rocha, além de cantor, também é apresentador de rádio e televisão. Criou e apresentou o programa Nossa Terra, Nossa Gente, apresentado durante 10 anos e exibido pelo SBT no Paraná. Leonel Rocha explica o rumo que o sertanejo vem tomando e o por quê desta evolução que agrada tanto os jovens. Segundo ele, a música sempre muda conforme as gerações. Porém, Leonel percebe algum tipo de preconceito. “Até pouco tempo atrás, os jovens não queriam admitir que gostavam de música sertaneja e caipira. Como não houve jeito de esconder, eles rotularam o sertanejo como ‘universitário’. As novas duplas usam um linguajar mais jovem, com refrãozinho mais agitado. Mas já está passando essa moda de sertanejo universitário e está voltando para o nosso sertanejo raiz, onde tudo se originou”, comenta. Ele também destaca o retorno da viola nas canções mais atuais, instrumento usado na música raiz.
Leonel começou a tocar aos nove anos e sempre gostou de música caipira. Ele conta um pouco sobre o nascimento da paixão pela música: “Ficava na frente do espelho cantando, querendo ser como os cantores famosos. Na época, existiam livrinhos de moda de viola, com cantores como Tonico e Tinoco e Cascatinha e Inhana. Eu adquiria esses livrinhos e ficava encantado. Eu era muito fã de Tonico e Tinoco”, revela. Leonel tinha o sonho de cantar junto com os ídolos e acabou fazendo shows ao lado da dupla.
Sobre as mudanças na música sertaneja, ele acredita que o estilo “universitário”, que está em voga hoje, não faria sucesso quando ele começou a tocar. “Tudo vem mudando e evoluindo. Essa modernização que virou consumo chegou agora. A música veio mais apelativa, para a juventude brincar e dançar”, finaliza.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

História de Tião Carreiro e Pardinho - OS REIS DA VIOLA

É quase impossível falar de música de viola caipira e não lembrar de Tião Carreiro & Pardinho, pois foram grandes instrumentistas e intérpretes da música sertaneja caipira no Brasil. Tião Carreiro é considerado o rei da viola e hoje em dia é muito reverenciado pelos amantes das modas de viola.
“Tião Carreiro” é o nome artístico de José Dias Nunes nasceu no dia 13/12/1934 em Monte Azul, região de Montes Claros, norte das Minas Gerais e faleceu em 15/10/1993 no Hospital da Beneficência Portuguesa na Capital Paulista. Criado numa fazenda nos arredores de Araçatuba, Interior Paulista, começou a tocar violão ainda pequeno com 8 anos de idade, quando também já cuidava do arado e dos afazeres na roça.
Aprendeu a tocar viola na adolescência, praticamente sozinho, sem nunca ter tido um professor. Isto porque em 1950, com apenas 13 anos, Tião Carreiro trabalhava no Circo Giglio, onde já cantava em dupla com seu primo Waldomiro (a dupla Palmeirinha e Coqueirinho); o dono do circo dizia que “dupla de violeiros tinha que tocar viola” enquanto que na época, Tião tocava Violão.
No mesmo ano, o mesmo circo apresentava em Araçatuba-SP a dupla Tonico & Tinoco. E enquanto os irmãos estavam no hotel, Tinoco havia deixado sua viola no circo e Tião aproveitou para “decorar a afinação escondido”.
 Algum tempo depois, Tião ganhou uma Violinha de presente, que havia sido pintada por Romeu, pintor lá da cidade de Araçatuba. A partir de então, se inspirou num dos maiores violeiros da época, que era o Florêncio (João Batista Pinto de Barretos-SP), que cantava em dupla com o Raul Torres (a famosa dupla pioneira “Torres e Florêncio”). Tião Carreiro alguns anos depois recebeu de presente a valiosíssima viola vermelha que pertenceu ao Florêncio.
Antes de conhecer o companheiro Pardinho, Tião Carreiro cantou em diversas duplas, tendo adotado diferentes nomes artísticos, tais como Zezinho (com Lenço Verde), Palmeirinha (com Coqueirinho) e Zé Mineiro (com Tietezinho).
 Tião Carreiro começou a gravar com Carreirinho em 1958 (“Rei do Gado” (Teddy Vieira), “Saudade de Araraquara” (Zé Carreiro), “Meu Carro É Minha Viola (Carreirinho – Mozart Novaes)” e “O Beijo” (Carreirinho), entre outras). Foram quatro anos, que renderam dez discos de 78 rpm e um LP.

Foi num circo ainda em Araçatuba-SP que Tião Carreiro conheceu Antônio Henrique de Lima, o Pardinho (São Carlos-SP 14/08/1932 – Sorocaba-SP 01/06/2001) que, como Tião, já havia trabalhado com outros parceiros na Música Caipira. A nova dupla, no início, tinha o nome de Zé Mineiro e Pardinho.







 Pardinho era um verdadeiro mestre no violão com bastante destreza nos solos. E soube dar a base perfeita para os solos de viola de Tião. Em todas as duplas que formou, foi sempre o responsável pela “primeira voz”.
Após uma vida batalhadora em Araçatuba, Tião Carreiro e Pardinho resolveram tentar a sorte na Capital Paulista. Em São Paulo, foram apresentados a Diogo Mulero, o conhecidíssimo Palmeira que fez dupla com Biá e também com Piraci e era na época o diretor de Música Sertaneja da gravadora RCA-Victor (hoje BMG), porém não foi gravado nenhum disco nesse primeiro encontro.  O primeiro disco, um “78 rpm”, só foi gravado algum tempo depois pela Columbia, para onde haviam sido levados pelo próprio Palmeira e também pelo renomado compositor Teddy Vieira de Azevedo (Itapetininga-SP: 23/12/1922 – 16/12/1965) (famoso pelos sucessos de “Menino da Porteira”, “Pagode em Brasília” e “Rei do Gado”, entre muitos outros).
 E aconteceu uma “troca de duplas”, entre Tião Carreiro e Pardinho e a dupla já existente “Zé Carreiro e Carreirinho” : a idéia foi de Teddy Vieira que era o então diretor do departamento de Música Sertaneja da Colúmbia;
Tião Carreiro formou dupla com Carreirinho e Pardinho formou dupla com Zé Carreiro. Também foi Teddy Vieira que sugeriu ao Zé Mineiro, como ainda era conhecido na época, o pseudônimo de Tião Carreiro, com o qual ficou famoso pelo resto da vida. A primeira dupla (Tião Carreiro e Carreirinho) lançou um LP que tinha o título “Meu Carro é Minha Viola”. A segunda dupla (Zé Carreiro e Pardinho) também lançou vários discos, e a “troca de duplas” durou três anos.

Ao lado de Pardinho, Tião Carreiro gravou a grande maioria de seus discos de sucesso, todos na Chantecler, entre eles “Cavaleiros do Bom Jesus”, “Boiadeiro Punho de Aço”, “Rancho dos Ipês”, “Modas de Viola Classe A” (em 4 volumes). No fim dos anos 60 e na década de 70 a dupla teve enorme popularidade, e sucessos como “Rio de Lágrimas” (Tião Carreiro – Lourival dos Santos – Piraci) (também conhecida como “Rio de Piracicaba”). Uma das “brigas feias” fez com que Pardinho deixasse a dupla em 1978; foi uma separação que durou quatro anos.
 Tião Carreiro fez dupla com José Plínio Trasferetti (o Paraíso), com quem gravou quatro discos nesses quatro anos; Foi nesse período que Pardinho fez dupla com Pardal. Após a curta parceria com Paraíso, Tião Carreiro voltou a se apresentar com Carreirinho por um período.
Tião Carreiro também gravou (sozinho) em 1976 e em 1979 os primeiros discos brasileiros contendo Solos de Viola, praticamente sem canto! (“É Isto Que o Povo Quer” e “O Criador e Rei do Pagode em Solo de Viola Caipira”), lançados também em um único CD com o nome “Dose Dupla – Tião Carreiro – Vol 2 pela Warner. Violeiro exímio, Tião gravou os dois discos instrumentais cultuando o gênero chamado pagode, criado por ele dentro dos parâmetros da Música Caipira.
 Juntaram-se novamente os famosos parceiros e Tião Carreiro e Pardinho gravaram mais seis LPs até 1991, quando Pardinho deixou novamente a dupla, após outra briga, e foi tocar com João Mulato. Tião Carreiro, dessa vez formou dupla com Praiano e gravou em 1992 “O Fogo e a Brasa”, quando começou a “eletrificar a Viola”, aderindo à moda que Sérgio Reis e Chitãozinho e Xororó também haviam aderido, porém com “Baladas Sertanejas” e “Guarânias”, sem ter havido a exagerada descaracterização do estilo, como veio a ocorrer posteriormente. Grande sucesso foi “Final dos Tempos”, uma Moda de Viola composta em parceria com Lourival dos Santos.
Realmente “Tião Carreiro e Pardinho” foi a dupla mais constante, na vida deste Mineiro do Norte. Além de terem cantado em excelente dupla, encenaram também duas peças teatrais, “O Mineiro e o Italiano”, melodrama baseado na musica homônima e também “Pai João”, drama de um velho carreiro; e gravaram também o filme “Sertão em Festa” , que foi também enorme sucesso de bilheteria.   E, apesar da “incompatibilidade de gênios”, Tião Carreiro e Pardinho chegaram a gravar quase 30 LP’s, todos remasterizados em CD.
Conforme visto, Tião Carreiro, cantou em dupla com Carreirinho, Paraíso e Praiano, quando das constantes brigas e separações que aconteceram entre o “Deus Carrancudo” e o Pardinho, apesar deste último ter sido o parceiro mais constante de Tião Carreiro. Existe uma certa dificuldade para “biografar” Tião Carreiro e Pardinho, não só pelas “idas e vindas” da dupla, como também devido a diversos nomes similares que existiram e continuam existindo na História da Música Caipira, com relação aos “Carreiros”.
O “Pagode”, o mesmo foi criado pelo Tião Carreiro no final da década de 50 em Maringá-PR; “Primeiro gravei uns acordes de Violão e depois os mesmos acordes, de trás pra frente, na Viola… aquele batidão diferente, com o Violão fazendo o ritmo do “coco” e a Viola, o do “Calango de Roda”, um tipo de Calango que tem lá na nossa região (Minas Gerais).” Tião ensaiou essas batidas com um gravador, e tocou a fita para que Lourival dos Santos e Teddy Vieira ouvissem; Lourival (nascido em Guaratinguetá-SP em 11/08/1917 – falecido em 19/05/1997), consagrado compositor, disse: “Isso parece um Pagode”! Estava “batizado” o novo ritmo; Pagode “lá pros lados das Gerais” quer dizer uma reunião, uma festa animada, e foi esse pagode por ele criado que deu ao Tião Carreiro o titulo de “O Criador e Rei do Pagode – Sua Majestade Tião Carreiro”. Título esse reconhecido por gerações de “Novos Caipiras” e renomados solistas de Viola, tais como Almir Sater, Renato Andrade e Téo Azevedo (os dois últimos também do Norte de Minas).
“Nasceu em Três Corações aquele que é o Rei da Bola, Rei do Pagode nasceu nos braços dessa Viola”.  Lembrando, que o Pagode de Tião Carreiro foi criado no final da década de 50, e o “Pagode Carioca” surgiu a partir da década de 80. 
Temos como alguns exemplos do ritmo criado por Tião Carreiro, os sucessos “Pagode” , “Pagode Em Brasília” e “Rio de Lágrimas”.
Muito doente e diabético, Tião Carreiro faleceu no dia 15/10/1993 no Hospital da Beneficência Portuguesa em São Paulo. Mesmo sabendo da doença que tanto mal lhe fez no final da vida, Tião procurou sempre viver o melhor possível da vida que lhe restava: não largou jamais a Viola e também jamais suportou a idéia de ter que recusar os churrascos para os quais era freqüentemente convidado em diversos lugares do Brasil.

Baixe 30 Sucessos de Tião Carreiro e Pardinho

01- A Mão do Tempo/ 02- A Viola e o Violeiro
03- Ana Rosa/ 04- Aquarela Sertaneja
05- Arreio de Prata/ 06- Berrante de Ouro
07- Boi Soberano/ 08- Cabelo Loiro
09- Carreador/ 10- Estrela da Madrugada
11- Estrela de Ouro/ 12- Geada do Paraná
13- Ladrão de Terra/ 14- Mestre Carreiro
15- Mineiro de Monte Belo/ 16- No Som da Viola
17- Pagode em Brasilia/ 18- Palavra de Honra
19- Palco do Mundo/ 20- Pescador de Ivaí
21- Rainha do Vale/ 22- Rancho dos Ipês
23- Rei Sem Coroa / 24- Saudade de Minha Terra
25- Teu Nome Tem Sete Letras / 26- Travessia do Araguia
27- Urutu Cruzeiro / 28- Velho Amor
29- Versos aos Pés do Homem / 30- Viola Divina
                                                    
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Afinal, o que é musica sertaneja e o que é música caipira?

 
Música sertaneja é toda música que tem sua origem no sertão (interior) brasileiro. Essa é a definição clássica. Hoje, infelizmente, o que vemos é uma grande distorção desse conceito. Segundo Zuza Homem de Mello podemos afirmar que sertanejo é gênero e caipira é espécie, ou seja, toda música caipira é sertaneja, a recíproca não é verdadeira.

A música caipira viveu seu auge entre as décadas de 1920 e 1970, época em que o Brasil era um país tipicamente agrícola. A partir, principalmente, da década de 80, o gênero sertanejo começou a se destacar no Brasil e passou a ser explorado comercialmente de maneira mais agressiva. Um marco importante foi o lançamento da música Fio de Cabelo (1982) da dupla Chitãozinho e Xororó, que vendeu mais de 1 milhão e meio de discos. Recorde absoluto de vendas até aquele momento para o mercado sertanejo.

Com o destaque da grande mídia veio também a influência da cultura Norte Americana. A contaminação começou com a inserção de instrumentos eletrônicos como guitarra, baixo e bateria, o que desconfigurou totalmente a música caipira praticada até a década de 70 onde a voz da dupla se apoiava em um violão e uma viola, as vezes com a companhia da sanfona.

A influência do caubói americano foi tão forte que as festas do peão se transformaram em verdadeiros mega eventos, rompendo totalmente com as raízes e costumes caipiras. As roupas, botas, chapéus, cintos com fivelas enormes, tudo isso foi “importado” e resultou no que conhecemos hoje por “jovens sertanejos” ou “sertanejo universitário”.

Vamos tomar como exemplo a festa do peão de Barretos que começou em 1956 e foi o primeiro evento do gênero realizado na America Latina. No início as apresentações de catira, violeiros, desfiles de carros de boi, conjuntos folclóricos e campeonato de doma de cavalos eram as atrações da festa. Muito diferente do que vemos hoje, com as provas de rodeio seguindo o modelo americano e as apresentações de grandes shows, que na maioria das vezes não tem relação alguma com o mundo caipira.
Outra influência que a música caipira sofreu veio do México. Duplas como Pedro Bento e Zé da Estrada, Milionário e José Rico, Léo Canhoto e Robertinho são exemplos que adotaram o estilo mexicano. Utilizavam sombreiros e roupas típicas, até os gritinhos, próprio da cultura mexicana, foram incorporados a canção caipira.

Não bastasse a contaminação estrangeira, outra grande diferença entre a música sertaneja atual e a música caipira de raiz está nas próprias composições. A música sertaneja de hoje possui linguajar vulgar, pornografia e qualidade questionável. Muitos a classificam como estilo “mela cueca”.

 Pena Branca define com simplicidade e sabedoria a verdadeira essência da música caipira ao afirmar que: “se houver vulgaridade e grossura, não é música caipira. Isso não é coisa da gente”. Romildo Sant’Anna contribui com a reflexão de Pena Branca ao dizer que “na música caipira os temas amorosos falam do amor puro, dos sonhos, erotismo e pensamentos impuros são um campo proibido dentro dos padrões conservadores da identidade caipira”. Definições mais do que perfeitas e conclusivas!
FONTE:

domingo, 5 de fevereiro de 2012

TONICO E TINOCO - A Dupla Coração do Brasil.


Dupla sertaneja formada por João Salvador Perez, o "Tonico" (São Manuel-SP,em 02 de março de 1917) e José Perez, o "Tinoco" (nascido em uma fazenda de Botucatu - SP, que hoje pertence ao município de Pratânia, em 19 de novembro de 1920).

Com os pais, Salvador Perez - um espanhol de Léon, na Astúrias espanhola, chegado ao Brasil criança, em 1892 e Maria do Carmo, uma brasileira descendente de negros com bugres

O irmão Chiquinho e As irmãs:


Antonia, Rosalina e Aparecida.




Em 1930, quando a família Perez trabalhava na fazenda Tavares, em Botucatu, os dois irmãos ouviram discos da série caipira de João frequentava a escola rural e dava lições para os colonos mais velhos.Dos amigos cobrava um litro de querosene por mês (para manter os lampiões da sala de aula), mas dificilmente recebia alguma ajuda. José,o mais levado, gostava de caçar passarinhos com arapucas(depois os soltava), de brincar com amigos do arraial e aos sábados vestia-se de coroinha para ajudar a celebração da Missa. Após a cerimônia acompanhava o Padre nas refeições, e voltava para casa levando alimento para os irmãos. O gosto pela cantoria veio dos avós maternos Olegário e Izabel, que alegravam a colônia com suas canções, ao som de uma antiga sanfona. A primeira música que aprenderam foi Tristeza do Jéca em 1925. Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira apresentação profissional. Cantaram na Festa da Aparecidinha/ São Manuel, em uma quermesse. Junto com o primo Miguel, formavam o "Trio da Roça". Em 1931, Tonico e Tinoco moravam em Botucatu (SP), na fazenda Vargem Grande, de Petraca Bacci, com os pais, Salvador Perez - um espanhol de Léon, na Astúrias espanhola, chegado ao Brasil criança, em 1892 e Maria do Carmo, uma brasileira descendente de negros com bugres. A exemplo de outras crianças da época, os dois garotos, mal aprenderam a falar, já eram cantadores das modas de viola. Aprendiam as letras com Virgílio de Souza, violeiro das redondezas.


Tonico e Tinoco participavam das primeiras serenatas, alegravam festas e bailes de São João. Nas colônias enfeitadas de bandeirinhas, comiam batata-doce assada na brasa, pamonha, milho verde e bebiam quentão. "Os rapazes trabalhavam o ano inteiro para fazer bonito nos bailes, junto às caboclinhas", conta Tinoco. "Nós lá de calça cumprida, camisa xadrez e as botas penduradas nas costas para não estragar o solado. As meninas com seus vestidos de chita dançavam de pés descalços e com uma flor no cabelo cheirando a gostosa." A esperança dos moços e das moças era arrumar um namoro. Foi num desses bailes que Tonico conheceu e apaixonou-se por Zula, filha do administrador da fazenda, Antônio Vani. O pai proibiu o namoro e magoado, Tonico compôs Cabocla.

Cornelio Pires um grande incentivador da dupla. Começa a Segunda Guerra Mundial. A vida em Sorocaba fica insuportável, nada dá certo para os Pérez e eles decidem retornar ao campo, agora para a fazenda São João Sintra, em São Manoel (SP). A volta, contudo, possibilitou aos irmãos Perez a primeira chance de cantar numa Rádio. O administrador da fazenda, José Augusto Barros, levou-os para cantar na Rádio Clube de São Manoel - ainda hoje lá, na rua Coronel Rodrigues Alves, no centro da cidade. Assim, até o final de 1940, eles ficam trabalhando na roça durante a semana e aos domingos cantam na emissora da cidade. Só por amor à arte, sem ganhar. As dificuldades levaram os Pérez a uma derradeira migração.Em janeiro de 1941 chegam, de mala e cuia - quatro sacos com os trens de cozinha e duas trouxas de roupa - a São Paulo. À falta de profissão, as meninas foram trabalhar em casa de família, Tinoco num depósito de ferro-velho, Chiquinho na metalúrgica São Nicolau e Tonico, sem outra alternativa, comprou uma enxada e foi ser diarista nas chácaras do bairro de Santo Amaro. Os tempos duros da cidade grande tinham lá sua compensação, principalmente nos domingos, quando a família ia ao circo, na rua Lins de Vasconcelos no então pacato bairro do Cambuci. Num desses espetáculos, os manos conheceram pessoalmente Raul Torres e Florêncio, a dupla de violeiros mais famosa de São Paulo e que depois,com Rielli na sanfona, formaram na Rádio Record o famoso trio "Os Três Batutas do Sertão.A Rádio Record era do doutor Paulo Machado de Carvalho, que seria chamado "Marechal da Vitória" quando chefiou as seleções brasileiras de futebol campeãs do mundo em 1958 e 19ó2. Depois conheceram Teddy Vieira - um paulista de Itapetininga que produziu um formidável acervo de 500 músicas sertanejas da melhor qualidade - Palmeira e Piraci, artistas exclusivos da Rádio Difusora, no programa "Arraial da Curva Torta", Zé Carreiro e Carreirinho,os quais surgiram em 1950, por intermédio de Tonico e Tinoco que queriam gravar a moda "Canoeiro" deles e os quatro fizeram um acordo: deixariam Tonico e Tinoco gravar a moda se os mesmos arrumassem um contrato na gravadora para eles gravarem também; existiam no país 76 emissoras de rádio e mais de 1,5 milhão de aparelhos receptores. Era ao redor desses aparelhos que o país todo se debruçava para acompanhar nervosamente o noticiário da guerra pelo Repórter Esso. Anunciado como "testemunha ocular da História", esse noticioso foi o primeiro radiojornal a utilizar técnicas modernas no país e era transmitido pelas rádios Nacional (Rio) e Record (SãoPaulo).

 Foto histórica, apresentando à esquerda Tonico e Tinoco, Rosalinda e Florisbela (Hebe e Stela Camargo), Capitão Furtado, Lulu Benencase, apresentador do "Arraial da Curva Torta", da Rádio Difusora de São Paulo. A frente, Os "Águias da Meia Noite


Em São Paulo, inscreveram-se no programa de calouros comandado por Chico Carretel (Durvalino Peluzo), na Rádio Emissora de Piratininga. O capitão Furtado, que estava sem violeiro em seu programa Arraial da Curva Torta, na Rádio Difusora, promoveu então concurso para preencher a vaga: os dois irmãos, formando a dupla "Irmãos Perez", cantaram o cateretê "Tudo tem no sertão" (Tonico). Classificados para a final, interpretaram de Raul Torres e Cornélio Pires, (esse último um radialista e pesquisador que foi pioneiro no estudo da vida sertaneja, especialmente a paulista, e que deixou uma extensa obra a respeito.) "Adeus Campina da Serra". Quando terminaram, o auditório aplaudiu de pé, em meio a lágrimas. Todos pediam bis àquela dupla que cantava diferente, com afinação, fino e alto. Todos os outros violeiros foram abraçá-los. O cronômetro marcava 190 segundos de aplausos, contra apenas 90 segundos da dupla segundo colocada. Outra citação importante é que tomaram parte desse concurso junto com os Irmãos Perez, duplas profissionais, conhecidas do Rádio como Nhô Nardo e Cunha Junior, Serra Morena e Cafezal, mas o primeiro lugar estava reservado para nossa querida dupla.

A divulgação nos programas da rádio transformava a dupla em sucesso imediato, fazendo surgir dezenas de convites para shows. A primeira apresentação dessas foi no cine Catumbi, em São Paulo, hoje transformado em uma casa de forró sertanejo. Depois rumaram para o interior, em excursões que demoravam uma, duas, às vezes, três semanas. Entravam pelo interior paulista de Taquaritinga, Santa Adélia e seguiam de trem por toda a linha araraquarense. Na Mogiana, passavam por Brodosqui, Franca e terminavam em Ribeirão Preto. Apresentavam-se em cinemas, clubes e até em pátios vazios de armazéns. Quando terminaram a primeira excursão, no Circo Biriba, em Ribeirão Preto, fizeram a partilha do lucro: quatro mil e quinhentos cruzeiros para cada um.  A dupla estreou em disco, na Continental, em 1944, com o cateretê "Em vez de me agradecê" (Capitão Furtado, Jaime Martins e Aimoré)e que foi lançada em 07/45). Na gravação de "Invés de me Agardecê" ocorreu um fato inusitado, pois eles a gravaram e em seguida, quando foram gravar o lado B do disco soltaram a voz tão alto, da forma como cantavam lá na roça e estouraram o microfone . Como o processo de gravação era algo muito caro, o disco saiu apenas com um lado, mas como punição a dupla precisou ficar seis meses fazendo aula de canto para educar a voz e voltar a gravar. Por isso que o lançamento do primeiro 78 rpm para o segundo é curto pois eles gravaram a primeira moda ainda em 1944. Bem sucedida com essa gravação, que serviu de teste, gravou seu primeiro disco completo, a moda-de-viola "Sertão do Laranjinha", motivo popular adaptado pela dupla e Capitão Furtado, e "Percorrendo o meu Brasil" (com João Merlini), que foi sucesso imediato. No ano seguinte (1946)o sucesso definitivamente chegou com "Chico Mineiro" (Tonico/Francisco Ribeiro). Com o sucesso de Chico Mineiro a dupla consagrou-se definitivamente e tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do Brasil. Uma curiosidade: quando Tonico e Tinoco foram gravar Chico Mineiro a gravadora havia informado que esse seria o último disco da dupla, pois eles já haviam gravado 5 discos e existia sempre uma reclamação dos ouvintes com relação a dupla, alegavam que não era possível entender a pronuncia deles nas letras das músicas, os fãs não entendiam o que eles estavam dizendo, aí surgiu Chico Mineiro e tudo mudou, inclusive com o dinheiro que eles ganharam com essa música conseguiram comprar sua 1ª casa para viver com a família. Desde então, tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do país. Ao final da Segunda Guerra, o número de emissoras de rádio saltou para 117, e os aparelhos receptores eram 3 milhões. Tonico e Tinoco estão agora na Rádio Nacional de São Paulo onde nasceu um de seus mais marcantes programas. Um dia, o auditório estava ocupado com um ensaio e como eles precisavam entrar no ar, puxaram os microfones para fora e fizeram a apresentação do corredor. O locutor Odilon Araújo perguntou de onde o programa estava sendo transmitido e Tinoco respondeu: "Da Beira da Tuia". O nome ficou. Com o término da guerra consolidou-se a influência cultural norte-americana em várias partes do planeta, no Brasil inclusive. As grandes orquestras pontificavam com o swing e sua versão mais dançável, o fox-trot. A parte brilhante do Brasil era o Rio de Janeiro, embora a pedra mais vistosa de sua coroa, o cassino da Urca, já não ficasse mais, ofuscada pela proibição do jogo, em 1. Nos anos 40 na São Paulo provinciana ainda havia espaço, via ondas de rádio, para programas sertanejos de grande prestígio: "Manhã na Roça" de Chico Carretel, na Cruzeiro do Sul; "Arraial da Curva Torta" do Capitão Furtado, na Difusora e "Alma Cabocla" do Nhô Zé, na Nacional. Nos turbulentos anos 40 já existiam boas duplas e que dividiam popularidade com Tonico e Tinoco assim como, Raul Torres e Florêncio (1942), Serrinha e Caboclinho (1942), Alvarenga e Ranchinho (1934), Irmãs Castro (1948), Zé Fortuna, Pitangueira e Coqueirinho (1949), Sulino e Marrueiro (1949). No início dos anos 50 a música sertaneja obteve sua época de ouro e Tonico e Tinoco continuavam absolutos. Programas famosos surgiram nessa década como: "Brasil Caboclo" do Capitão Barduíno, "Onde Canta o Sabiá" do Comendador Biguá e "Serra da Mantiqueira" com Zacarias Mourão na Bandeirantes. Quase todos os grandes nomes da música sertaneja surgiram nessa década: Zé Carreiro e Carreirinho (1950), Zico e Zeca (1952), Irmãs Galvão (1954), Tião Carreiro e Pardinho (1956), Liu e Léu (1957), Craveiro e Cravinho (1959) e muitas mais, mas sem dúvida nenhuma Tonico e Tinoco eram "Os Expoentes Máximos da Música Sertaneja". Apesar da popularidade o trabalho para dupla sertaneja era garantido, porém limitado aos circos somente. Felizmente nessa época apenas em São Paulo estavam baseados cerca de 200 circos que iam ao interior para apresentação dos ídolos sertanejos do rádio. No final de 1960 a dupla recebera um golpe quase mortal, quando Tonico, tuberculoso desde 1940, precisou ser internado num hospital em Campos do Jordão/SP, cedendo lugar para o irmão Chiquinho tanto nos shows, quanto nos programas de rádio e gravações de discos.   Tonico fez uma cirurgia e um tempo depois deixou o hospital com a certeza que não voltaria mais a cantar. Tinoco, através da Rádio Nacional onde faziam o programa, pediu para os fãs rezarem pela saúde de Tonico, o qual ficou curado, e voltou a cantar com mais força e beleza. Em devoção a Nossa Senhora Aparecida, a quem a dupla atribuiu sua cura, construíram na Vila Diva em São Paulo/SP uma capelinha que recebe romeiros e devotos até hoje.Ano de 1969, novas mudanças na carreira de Tonico e Tinoco, eles estréiam na Rádio Bandeirantes onde permanecem até 1983. No periodo em que estiveram na radio bandeirantes deram muita dor de cabeça ao diretor adjunto Salomão Esper. Quando este pensava que tuda estava resolvido lá vinha a dupla a dizer: ta tudo muito bom. Tudo muito certo. Mais pra nois não serve!
 Tinoco, de pijamas, preparando-se para mais uma viagem. Tempo bom aquele de placas com quatro algarismos... 
A famosa máquina de escrever, onde Tonico compunha suas memoráveis letras.Cornélio Pires, de Tietê (SP), foi o grande iniciador e incentivador da cultura sertaneja, dando espaço para muitas duplas, inclusive Tonico e Tinoco.
Voltam a pertencer ao Cast da Continental, gravam 04 Lp´s nesse ano, dois deles em comemoração ao aniversário de carreira da dupla: “26 Anos de Glória” gravado no Teatro da Rádio Bandeirantes com a apresentação do Carlito e “27 Anos” onde gravam antigos sucessos imortalizados nas vozes de grandes intérpretes, tais como, “Maringá” (Joubert de Carvalho), “Chuá, Chuá” (Pedro de Sá Pereira/Ary Pavão), “Luar do Sertão” (Catulo da Paixão Cearense). Em 1979, precisamente no dia 6 de junho, Tonico e Tinoco fazem o que nenhum caipira havia sonhado: apresentam-se no Teatro Municipal, em São Paulo, num show de três horas que reúne um público recorde de 2.500 pessoas. Da beira da tuia, celeiros centenários onde cantavam no passado, os irmãos Perez chegavam a um dos mais famosos teatros do mundo, que até então só abria suas portas para óperas, balés e concertos eruditos.  No ano de 1994 na Polygram com a produção de José Homero e Chitãozinho gravam seu último trabalho, onde destaca-se “Coração do Brasil” (Joel Marques/Maracaí) com participação especial de Chitãozinho & Xororó e Sandy & Júnior, e “Chora Minha Viola” (Nilsen Ribeiro/Geraldo Meirelles). Cantando em todos os canais de televisão de São Paulo, com programa exclusivo na TV Bandeirantes, a dupla excursionou pelos Estados do Centro e Sul do país. Vale citar que Tonico e Tinoco tinham uma aceitação fenomenal na região Sul do Brasil, uma região marcada pelo seu tradicionalismo mas que sempre teve as portas abertas para Tonico e Tinoco. A dupla por sua vez em todos Lp´s sempre homenageava a região Sul com músicas e o público lhe era fiel por isso. A viola e o violão deles sempre possuiu uma harmonia perfeita com a "Cordeona" dos gaúchos, catarinenses e paranaenses. Sempre preferiu, entretanto, as estações de rádio, onde atuou com programas exclusivos na Tupi, Nacional e Bandeirantes, de São Paulo.

Tonico faleceu em 13 de agosto de 1994 e a partir de então, sem arrefecer, Tinoco e Tinoquinho, continuam a nos encantar com suas modas inesquecíveis!
Finalizando esta biografia, em um belo e rico resumo, podemos afirmar que Tonico e Tinoco, a maior dupla sertaneja de todos os tempos, foram protagonistas dos eventos abaixo descritos, ao longo de sua belíssima carreira de 60 anos:




No mês de abril do ano de 2006, tivemos o prazer de receber em nossa cidade a dupla Tinoco e Tinoquinho, para a realização de um show na praça central, juntamente com o sorteio da Loteria Paulista, anteriomente a esse eventos estivemos no Tabatinga Palace Hotel  onde a dupla estava hospedada para conversar com o "Velho Tinoco", estavam presentes comigo na época, meu saudoso e querido amigo Tibério Mem e Genézio Sgarbi . Chegando lá fomos atendendidos pelo Tonico, muito gentil, tiramos fotos como as que seguem, sentamos e fizemos várias perguntas à ele e sem pensar muito ele já dava e resposta e além disso contava as suas histórias dos velhos tempos. Fiquei bastante feliz em ver ali, pertinho um senhor já com uma certa idade, famoso no Brasil todo, uma pessoa simples, de vocabulário bem caipira, contando os "causos" de quando formavam a dupla Tonico e Tinoco, das épocas que cantavam e circos, em cidades muito precárias e também contando as história de criança, quando seus pais eram vivos. Para mim foi um fato inesquecível, que fiquei admirado com a simplicidade e o carinho do artista em relação aos seus fãs e admiradores. Ficamos alí com ele mais ou menos  uma hora e ele contando seus "causos" , depois ele gentilmente nos pediu licença para ir almoçar com o filho (Tinoquinho) e a senhora sua esposa Dona Nadir (falecida em 13 de setembro de 2010 com 73 anos). E mais a tarde, finalizaram com o Show na Praça Central a sua passagem pela nossa cidade.



Eu e Tinoco.

Eu, Genésio Sgarbi, Tinoco e Tibério Mem

Tinoco e Tinoquinho na Praça Central de Tabatinga.